Bactérias boas para o organismo? Isso mesmo! Você sabia que existem micro-organismos que ajudam a proteger o sistema imunológico e até prevenir cáries? Saiba mais detalhes lendo este artigo!
A higiene é uma das necessidades básicas do ser humano, pois ajuda a prevenir e até inibir o aparecimento de doenças causadas por vírus, germes e bactérias. Em se tratando destas últimas, porém, é preciso uma ressalva, já que nem toda bactéria é nociva ao nosso organismo.
Isso não significa que você possa banir cuidados pessoais elementares, como lavar as mãos, escovar os dentes, tomar banho ou mesmo deixar de higienizar alimentos ou limpar as mãos após o contato com outras pessoas e animais. Nada disso.
O que você vai entender é que existem bactérias (aos milhares, inclusive) que estão presentes no nosso corpo e que elas têm muito a contribuir com o bom funcionamento do nosso organismo — a depender, é claro, do seu tipo.
Bactérias boas, sim
Por estarem associadas a diversas doenças, tais como meningite, pneumonia, intoxicação alimentar, sífilis, leptospirose, infecções no trato urinário e tantos outros problemas, muitas vezes, é difícil entender que bactéria pode ser um ser vivo benéfico. O que vai determinar isso é o seu tipo.
Para se ter uma ideia da quantidade destes micro-organismos unicelulares, estima-se que haja 50 trilhões de bactérias no corpo humano; alguns pesquisadores acreditam, inclusive, que teríamos cerca de 1 quilograma só de bactérias — uma quantidade considerável tendo em vista o tamanho desses seres.
A existência de micro-organismos, tais como as bactérias, no nosso corpo gera a chamada microbiota. Ela se forma desde o início da gestação, passando pelo parto, tendo um desenvolvimento parcialmente completo em torno dos três anos de idade.
A microbiota também passa por mudanças, como alterações alimentares, seja por restrições ou pela adição de determinadas comidas, uso de alguns medicamentos (como antibióticos) e até mesmo a idade.
De forma geral, a microbiota se distingue entre residente e transitória. A primeira é, em maior quantidade, é aquela com micro-organismos encontrados regularmente no nosso organismo, tendo até órgãos específicos. Já a segunda é formada por micro-organismos presentes num determinado período de tempo.
Onde ficam as bactérias boas?
Em várias partes do corpo. O lugar mais comum associado à microbiota é o sistema digestivo, especialmente o intestino. É nele que bactérias, como Lactobacillus e Lactococcus, têm morada, ajudando na decomposição de certos alimentos e até mesmo na proteção contra outras bactérias nocivas.
A absorção de vitaminas e nutrientes, tais como ácido fólico, vitaminas B6 e B12 e niacina, além da produção de ácidos que inibem o aparecimento de certas doenças e o estímulo ao sistema imunológico, também fazem parte das funções destas bactérias. O bom funcionamento remete ao equilíbrio da flora intestinal.
A boca, por sua vez, abriga cerca de 500 espécies de bactérias, como Staphylococcus, Propionibacterium e Streptococcus, que também previnem contra a proliferação de fungos e bactérias nocivas.
O mesmo vale para as bactérias existentes na nossa pele, tais como Staphylococcus, Streptococcus e Propionibacterium. A diferença é que, em caso de comprometimento do sistema imunológico ou mesmo por conta de alguma lesão na região, tais bactérias podem, sim, causar efeito reverso, contaminando o organismo.
Probióticos
O entendimento na ciência de que as bactérias podem ser benéficas surge a partir do princípio do século XX e, atualmente, as indústrias farmacêutica e alimentícia vêm desenvolvendo produtos com esse tipo de microrganismo — são os chamados probióticos.
Coalhada, iogurte, kefir, kombucha, picles, vinagre de maçã e shoyu são alguns exemplos de alimentos ricos em probióticos. Há ainda suplementação através do uso de medicamentos, cremes e até supositórios.
Os probióticos servem ainda para o tratamento de várias doenças e problemas de saúde, como colite ulcerosa, síndrome do intestino irritável, diarreia, eczema, periodontite, gengivite e até mesmo contra cárie dentária.